Aparentemente, vivemos em um mundo bastante liberal e aberto quanto ao sexo. Na música, na dança, nas novelas, na propaganda o sexo é sutilmente (ou não) estimulado, vendido e representado.
No entanto, falar sobre sexualidade ainda é tabu, tema meio proibido, envolto em segredos e dúvidas.
Preste atenção nisso: sempre que você vai conversar sobre sexo, transar, etc. é comum que abaixe o tom de voz, fale em tom de brincadeira e não se sinta confortável em falar sobre esse assunto com qualquer um (você conversaria sobre sexo com sua avó?).
Esse é um sinal de que o tema “sexualidade” ainda é tido como algo separado do restante da vida.
Falar de sexo não igual falar de comida, roupa, carros ou comprar um imóvel. É um tema considerado “diferenciado”. Com meus pacientes, às vezes, precisamos mudar o foco da conversa quando estamos conversando sobre questões sexuais, de tão pesado que esse assunto pode ser para algumas pessoas.
Mesmo sendo tabu, a sexualidade, que não inclui apenas os genitais, é algo fundamental na vida de qualquer ser humano.
Todo mundo se confronta com o fato de ter (ou não) desejo sexual, se interessar pelo próprio corpo e pelo de outras pessoas, se envolver (ou não) em relacionamentos e lidar com as consequências de tudo isso.
A própria Organização Mundial de Saúde considera a sexualidade como um fator fundamental da qualidade de vida.
Mesmo assim, ainda é um tema envolto em muito silêncio, informações desencontradas e angústias por não se saber o que fazer quando algo que não entendemos muito bem pulsa dentro da gente.
Uma das consequências do tabu que se tem sobre o sexo é o enorme sofrimento que muita gente carrega por não conseguir se expor quando tem um problema sexual.
Muitos homens, por exemplo, demoram anos para buscar um serviço de saúde para lidar com problemas de ereção ou baixo libido, após tentar resolver o problema sozinho.
Muitas mulheres nunca ou raramente experimentaram um orgasmo na vida, sentem falta disso, porém, não se sentem à vontade para conversar com qualquer pessoa a esse respeito.
Por isso, proponho um diálogo aberto sobre sexualidade. Sua satisfação sexual impacta outros setores da sua vida.
A coragem de admitir que tem um problema, dúvidas ou limitações sobre práticas sexuais já te colocam no meio do caminho para a resolução ou, ao menos, a diminuição do sofrimento sobre esse tópico.
QUESTÕES PARA AVALIAR SUA VIDA SEXUAL
Você consegue conversar sobre sexo abertamente com alguém?
1) Se você tem um(a) parceiro(a), você consegue comunicar o que você gosta ou não gosta na prática sexual?
2) Você se sente confortável com seu corpo (incluindo os genitais) durante a prática sexual?
3) Se você gosta de sexo, há quanto tempo foi a última prática sexual que você ficou plenamente satisfeito(a)?
4) Você sente que há estranho, ruim ou não funcionando em sua vida sexual?
Respostas sinceras a essas perguntas podem te dar uma ideia de como você está em termos de saúde sexual. Caso você sinta desconforto em sua vida sexual, um profissional especializado na área poderá te oferecer auxílio para superar suas dificuldades.